quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O q? Qd? Ond? Pq?


Antes de começar a narrar o fato em si, é bom que fique claro que o que aconteceu foi “bem feito”, “bem empregado”, enfim... não importa o termo usado, eu mereci. E é bom que passemos por situações dessas para que nossos pezinhos fiquem grudados no chão. Repórter é bicho “metido”, se der muito “cartaz” começa a voar igual aos bonequinhos das propagandas de Red Bull.

Parecia ser só uma matéria como outra qualquer. Estava com a pauta em mãos, coisa que podia ser lida no carro mesmo, a caminho do evento. Alguns mais “vividos” até advertiram: “cuidado que ela se acha!”; mas me confiei na “força” da qual o repórter se reveste quando está amparado por um cinegrafista e empunhando algum equipamento que grave o que os outros falam. E fui!

Estava tudo muito claro na pauta. Era “chapa branca”. Só perguntar o que tinha que ser perguntado e só. Triste ilusão. Mal sabia o jovem jornalista que vos fala que iria viver a situação até então mais inusitada de sua, igualmente jovem, carreira.

Tudo bem que as informações da pauta deveriam ter sido checadas. Mas eu confiava em minha produtora. Todavia, infelizmente, a fonte que ela consultara naquela situação não era das mais confiáveis. Pena que soube disso quando já era tarde...

Então. Podemos começar. Atenção edição, sonora com “ELA”.
- Então, esse evento foi idealizado por você? Como surgiu a ideia?
- Na verdade esse evento de hoje é somente parte de um evento maior produzido por mim.
- Ah! É mesmo. È verdade. Mas, qual é o objetivo principal das apresentações hoje?
- Dar continuidade as atividades daquele outro evento maior.
- Sei, sei. Entendo! Então, mas esse evento de hoje, que está em sua terceira edição, qual o tema desse ano? Por que esse tema?
- Oitava edição.


Por instantes. Frações de segundo. Imaginei que seria só mais um “toco”. E o que seria mais um depois de tantos? Mas “ELA” logo me mostrou que não era só um “toco”, era “O toco”.

Quando menos espero, “ELA”, muito educadamente, me toma por uma das mãos e diz: “meu filho, venha cá”. Então, me conduz por parte do salão, me entrega um folder do evento e conclui de forma triunfal: “leia isso aqui, aí depois você me entrevista!”

Eu daria tudo pra ter visto a minha cara naquele instante. Não me lembro em detalhes de minha reação. Depois de uma dessas a gente entra em um “micro estado de choque”. Vergonha? Não. Eu só consegui ficar envergonhado depois que apanhei os cacos de minha dignidade que haviam sido jogados na sarjeta.

Raiva? Não. A gente aprende é assim mesmo. Pergunte-me quantas vezes saí sem checar uma pauta depois disso!

Dos males o menor. Entrevistei um dos assessores “DELA” (depois de ter lido o folder é claro) e fechei a matéria. E, além de ganhar uma matéria, ganhei uma linda história pra contar. Já que conto histórias de todos, também quero contar as minhas de vez em quando. E essa é uma de minhas favoritas.

Não é vergonha errar. Vergonhoso é não ter a capacidade de assumir os próprios erros e tentar aprender com eles. E cá pra nós, “ELA” é mal educada mesmo.

4 comentários:

Annynha Sousa disse...

João, aodrei a história e confesso que morri de rir porque passei por uma igualzinha a sua. Veja http://annynhasousa.blogspot.com/2008/08/depois-que-passa-agente-ri.html kkk

Parabéns Jornalista : )

Lizandra disse...

Imagino o fato... tem coisas que vem para evitar coisas piores, imagina qd vc estiver na Rede Globo.... jamais sairá sem checar a pauta e as fontes. Bjus.
Aprender sempre!

Zuila David disse...

Hahahaha
Ficou muito boa a crônica Joãozinho!
Eu saquei na hora quem era ELA! hehehe
Mas é assim mesmo... Meu fi da próxima vez vai ficar beeem informado antes de ir pra QUALQUER entrevista, né?
E qualquer dúvida, já sabe... Pega o folder, lê, estuda e depois vai perguntar! hahaha
Pobres de nós jornalistas! Mas feio não é não saber, feio é não saber e não perguntar! ;)

Anselmo Guimaraes disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkk.... acho que sei de quem tu tá falando!!
Agora ESTUDE antes, viu meu filho !? haha

beijoosss

(GABRIELLA)

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