domingo, 24 de outubro de 2010

Respeitável Público!


Sabe quando a gente é pequeno e tem vontade de ir embora com o circo!? Fazer da vida um espetáculo constante, a cada noite um novo público... a cada semana uma nova cidade... talvez eu seja anormal de pensar assim... mas talvez eu não seja o único que já quis fugir com o circo.

A monotonia às vezes cansa... o mundo parece uma tela branca clamando por um pouco de cor... e a única aventura que se vem na cabeça é acompanhar as caravanas circenses de cidade em cidade... hoje observando um pouco o mundo, percebo que para fazer da vida um grande espetáculo não é preciso ir com o circo!

Fazemos um verdadeiro “malabarismo” para equilibrar as contas com o dinheiro que temos para pagá-las, isso quando não precisamos fazer verdadeiras “mágicas”... caminhar pelas ruas está cada vez mais parecido com “acrobacias” de trapézio, precisamos “voar” para conseguir fazer tudo o que temos para fazer em 24h ...

È preciso fazer “contorcionismo” para sobreviver a certas situações a que somos submetidos... é preciso “engolir espadas” para que não saiamos por aí “cuspindo fogo” pra todo lado... é preciso “domar leões” dia após dia, pra mostrar-lhes que somos fortes, e que não temos nem um pouco de medo deles...

E o principal, o mais importante, é que nunca temos medo de enfrentar o público (pelo menos não na maioria das vezes)! A cada dia temos um novo espetáculo, e como todo bom “palhaço” fazemos nossa maquiagem e descemos felizes para o picadeiro... nem sempre conseguimos arrancar gargalhadas, as vezes não conseguimos nem risos tímidos, mas não podemos esquecer que o choro quase nunca vem...

O bom de se viver desse modo, é que cada espetáculo é um novo espetáculo! Cada dia é um novo dia... se uma "piada" não der certo hoje, podemos mudá-la amanhã... como todo artista temos os bastidores para nos recompor e nos prepararmos para dar o nosso máximo em cena... e enquanto a “lona” estiver armada, teremos um novo público a cada show, e o de hoje, pode ser melhor do que o de ontem!

Preparemo-nos... o tempo nos camarins é curto... e tem gente que tá lá fora esperando só pra nos ver em cena, alguns ansiosos para nos aplaudir de pé, outros torcendo para que despenquemos do “tecido”... mas é você que escolhe a quem vai atender as expectativas...

Eu por exemplo me preparo para dar o meu melhor a cada dia, quando meu nome é anunciado procuro me concentrar e me divertir no palco... geralmente quando me divirto, os outros se divertem também... e simplesmente acontece! Naquele momento o show é meu, e só eu mesmo posso me atrapalhar! Nem sempre sou aplaudido de pé, mas até hoje as vaias ainda não vieram...

Quanto aos que querem minha queda, lamento. Mas faço questão de decepcioná-los todos os dias! E tenho certeza que no dia do grande show eles serão os primeiros a me aplaudir...

Tenho que ir agora, já estão me anunciando, e meu “respeitável público” me espera! Quanto a você se prepare... sua presença está sendo solicitada nesse momento em algum picadeiro!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sempre haverá alguém...


Conforme o tempo vai passando, vai aumentando a certeza de que não se pode fazer nada sozinho.

Deparamo-nos com isso desde o nascimento. Precisamos de alguém para nos carregar, nos alimentar, nos banhar... enfim, a nos ajudar a viver. Na infância ainda, descobrimos que precisamos de alguém para nos ensinar a ler, a escrever, alguém para nos ajudar no dever de casa... e descobrimos também que ter alguém para dividir os bons momentos os torna melhores ainda.

No início da adolescência, descobrimos que precisamos de alguém para fazer outros alguém’s pequenininhos... e que precisamos de pelo menos uma pessoa que esteja sempre disponível a passar algum tempo com você fazendo nada. Rir, chorar, comer... qualquer coisa se torna mais agradável quando se tem alguém para dividir o momento.

E com o passar dos anos, se reafirma a cada dia o pensamento de que é preciso ter alguém com quem você partilhe todos os seus momentos... aquele alguém que é quem você vê assim que acorda e é quem você vê segundos antes de pegar no sono... Encontrar esse alguém não é muito fácil... e você corre o risco de achar que o encontrou várias vezes, e quebrar a cara!

O fato é que não se consegue dar um passo nesse mundo sem uma companhia... quando você cai, precisa de alguém nem que seja pra dar risada do tombo.

Não sei se pela necessidade, pelo simples acaso, ou ainda por sorte sempre haverá alguém para quem você vai olhar e perceber que combina com você... não são raros os casos de extrema sintonia, sintonia que dispensa palavras...

Amigos, irmãos, amores, parceiros, cúmplices... vão sendo encontradas pelo caminho pessoas dispostas a te ouvir... claro, que seus ouvidos também devem estar a disposição deles... eles, assim como você, precisam de alguém com quem eles possam contar! Talvez às vezes eles exijam mais de você do que você deles, o que você deve fazer é apenas ajudá-lo, não esqueça que um dia você pode precisar de alguém para fazer o mesmo...

Claro que vão haver aqueles que você pensa que estarão com você, mas quando você olhar do lado eles não estarão lá... haverá também aqueles que você queria que estivessem do seu lado, mas eles não vão querer o mesmo... mas esses, geralmente são minoria!

De qualquer forma alegremo-nos. Se estamos aqui hoje é porque pelo menos um alguém se preocupou conosco e nos ajudou a viver nos nossos primeiros dias. Se eu consegui escrever e você está conseguindo ler, houve um alguém que nos ensinou a arte de “juntar letras” e a decifrar esses “ajuntamentos”... se chegamos até aqui, no mínimo uma pessoa nos viu como especial em sua vida.

Quanto a planos mais complexos, se seu alguém ideal ainda não foi encontrado não se desespere! Ele também deve estar a sua procura... e como ninguém consegue fazer nada sozinho, vocês dois se procurando vão se encontrar logo logo! E não esqueça que da mesma forma que você precisa de alguém, em algum lugar alguém precisa de você para ser feliz!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Espelho, espelho meu...


Interessante. Quando nos olhamos no espelho, vemos aquilo que os outros vêem quando nos olham. Vemos a nossa “caixa”, nossa embalagem, como nos apresentamos. E mais interessante ainda é que a cada dia a imagem refletida é um pouco diferente do que vimos no dia anterior.

Às vezes nos achamos bem, com aparência tranqüila, feliz... outras vezes nos achamos deprimentes, temos um sentimento semelhante ao de piedade para com a nossa própria imagem; e é claro, que também existem aqueles dias que não resistimos e fazemos aquela pergunta clássica: “espelho, espelho meu... existe no mundo alguém mais belo do que eu!?” bom, ele não precisa falar, é só ligar a TV e você percebe que sim, existem vários alguém’s no mundo muito mais belos do que você!

È engraçado. Se somos os mesmos, porque temos tantas impressões diferentes de nossa própria imagem? Acho que a resposta é até um tanto quanto simples: o que define aquilo que vemos não é o reflexo no espelho.

Temos uma capacidade impressionante de cultivar por nós mesmos sentimentos que dificilmente nutrimos por outras pessoas. Passamos do amor incondicional ao ódio fervoroso em questão de minutos. E é o que estamos sentindo que nos faz nos ver de formas distintas. Da mesma maneira que o espelho reflete nossa imagem, nossa face reflete o nosso estado de espírito.

Se isso acontece quando nos observamos, por lógica, infere-se que nossas “turbulências sentimentais” também podem ser vistas pelos outros através de nossa aparência. Não é novidade pra ninguém que “os olhos falam mais do que mil palavras”... tá certo que isso é até “clichê”, mas não há como negar que é a pura verdade. Não adianta ter pele de pêssego se a fruta está podre por dentro não é?

Embora a imagem seja apenas uma “embalagem” como citei no início, qualquer embalagem sempre deixa transparecer nem que seja um pouco do conteúdo. Umas mais, outras menos, mas algo sempre é revelado. A transparência vária de embalagem para embalagem, da mesma forma que varia de pessoa para pessoa.

E não posso esquecer-me de citar o dito “a beleza está nos olhos de quem vê”, que também tem seu fundo de verdade. Quando estamos bem, tudo parece mais belo, inclusive as pessoas.

Trocando em miúdos, o que eu quero dizer é que mais importante do que uma bela caixa, é cuidar para que o interior esteja bem fortalecido e não se quebre com qualquer “chacoalhão”. Mesmo que a embalagem amasse um pouquinho, quando o presente vem em perfeito estado, todos ficam satisfeitos. E pensando bem, por que se preocupar com o embrulho se a gente sempre acaba rasgando o papel de presente?