sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

.doismiletreze.


Adeus ano velho, feliz ano novo! Vamos abrir uma exceção, todo mundo tem o direito de ser um pouco brega no final do ano, coração amolece, esperanças se renovam e as frases feitas começam a sair aos montes, mas um pouco pode né? (um pouco, não vamos abusar)...

E nessas idas e vindas de um mundo que não acabou, vi nos últimos dias na tv uma matéria que atentava para o fato de o número 2013 ser composto por quatro dígitos diferentes, e o último ano que isso aconteceu foi em 1987; uma numeróloga falou sobre o fato e disse o que podia representar, não lembro de absolutamente nada do que ela falou, mas, pra não ter me chamado tanta atenção deve ter sido algo “comum” e meloso como muito do que é dito nesse período.

Confesso que, de fato, não dou muita credibilidade a esse tipo de superstição. Gosto muito de coisinhas como “números iguais” porque acho engraçadinho, gosto também de olhar características ditas de signos, pra identificar se há algo semelhante entre eu e meus amigos do mesmo signo... gosto dessas coisas com números e datas, porque embora talvez não representem nada, inventamos alguma coisa com o número da data pra soar mais bonitinho ou #fofo! Mas, tudo isso fica na esfera da brincadeira, não consigo levar a sério essas “logias”...

Só que, nasci em 1988, e o último ano com quatro dígitos diferentes foi 1987, logo... “Como assim Bial?”... Gente, é a primeira vez que isso acontece desde que eu cheguei no mundo! No que será que isso poderá interferir em minha vida!? Muito provavelmente em absolutamente nada! Mas vamos lá, é fim de ano, esperanças se renovam, ares se purificam... e como para minha pessoa 2012 não foi assim um “brastemp”, não custa nada estimular uns devaneios né?

Então, aos estudos numerológicos... 2013! Reajustando os algarismos temos “0123” =O isso poderia representar recomeço! (todo ano pode representar recomeço, mas vamos aproveitar que estamos vivos numa data que dá pra fazer esse joguinho com os números e procurar recomeçar alguma coisa)... Sei lá, a dieta que se adiou o ano todo... os estudos interrompidos... o relacionamento que está em “pause”... uma nova oportunidade para si mesmo...

Quem dá mais significados!? “13” é sinônimo de azar para muitos... em alguns países os prédios não têm 13º andar (do 12º pula direto pro 14º) mas para muitos representa sorte (que o diga todos os trezeanos)... Bom, isso vai depender muito de cada um... mas como estamos na vibe “esperanças para o ano novo” vamos ficar com a parte da sorte né? Porque se auto “agorar” chamando azar nas vésperas do réveillon é depressivo demais...

Acho que daria pra escrever uma “barsa” só de significados imaginados para um ano com quatro dígitos, mas acho que podemos usar nossos momentos finais de 2012 para algo um pouco mais útil né? =x hehehe

Pelo sim, pelo não, verdade ou mentira, mesmo sem acreditar muito, se alguma historinha inventada dessas fizer bem e ajudar a fazer de 2013 um ano melhor para você não custa nada levar adiante né? (desde que não tomem o lugar do que não é incerto, que não é dúvida e que cada um sabe onde fica guardado no coração).

Para todos os efeitos, seja bem vindo 2013. E que o “fenômeno” que não acontece desde 1987 seja para todos nós uma surpresa boa ;D

domingo, 9 de dezembro de 2012

sau.dade


Gosto muito de brincar com as palavras. Tentar enxergar nelas um pouco mais do que significam, e às vezes, misturar o sentido de umas com as outras.

Hoje, pensando em organizações de letras, me deparei com a palavra “saudade” e percebi que em seus primeiros caracteres ela pode aumentar um pouco em sentido.

“Sau”, quando lido ou falado, se torna “sal”. E, tirando um pouco os pés do chão, talvez saudade se aproxime um pouco de sal.

O sal tempera. Dá gosto aos alimentos e também os conserva. Assim como a saudade, que em vez de alimentos, tempera sentimentos e conserva tantos outros.

Na medida certa, o sal deixa a comida saborosa, agradável ao paladar; em excesso, torna o alimento intragável, e impede o seu consumo. Também como a saudade, que faz bem em medidas moderadas, mas que pode dilacerar se tomar maiores proporções.

Saudade é uma palavra que só existe na língua portuguesa, não tem tradução em nenhum outro idioma. Mas tem significado em todos os corações. Está em todos os lugares, ocupa infinitos espaços, assim como o sal, que na grandiosidade dos oceanos ocupa grande parte do planeta.

Gosto de mexer com as letras porque, se pararmos para pensar, elas são muito como nós. Sozinhas elas tem seu significado e representação, ao se unirem, ganham sentidos a mais... mas espera aí, essa já é outra história... fica para uma próxima, por hoje, as letrinhas já disseram tudo o que queriam dizer!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

.AMARelo.


Lembro-me muito bem de quando ainda criança “escolhi” o amarelo como minha “cor preferida”. Não lembro ao certo quando nem porque começou, mas a cor me chamava a atenção, se diferenciava das demais e isso fazia com que eu desenvolvesse por ela certa predileção.

Nas caixas de lápis de cor, o lápis amarelo nunca durava por muito tempo; era o que “acabava” primeiro. Um dos objetos que guardo com mais carinho de minha infância, é uma cadeira amarela que ganhei do meu avô há mais ou menos 20 anos, e a escolhi única e exclusivamente por ser amarela.

Meu carinho pela cor surgiu de uma maneira bem inocente, simplesmente porque ela me fazia bem.

Aí o tempo passa, a gente cresce e vai percebendo outras cores. Cores que vão nos mostrando novos significados e representações. E cores que antes eram só cores passam a ter um algo mais, e faz com que olhemos para elas também com um pouco mais de carinho.

O vermelho por exemplo. Já tivemos períodos de total incompatibilidade, e hoje, é difícil compreender como essa cor passou a combinar tanto comigo e a representar uma boa parte de mim. Assim como também outras cores, que de repente representaram um sentimento bom e passaram a ter também uma fatia maior de carinho, como o azul, o verde...

O mundo tem muitas cores. E a qualquer momento uma delas pode se mostrar para nós de um modo diferente. Já odiei tons de vermelho... mas hoje o vermelho está tão presente em mim que está marcado inclusive em minha pele!

E o melhor, é que o amarelo nunca deixou nem vai deixar de ser especial. E embora ele hoje divida o posto de “cor preferida” com mais uma ou duas corezinhas, o amarelo vai ser sempre amarelo; e sempre me trará coisas boas, com seus tons vibrantes, felizes, que desde sempre me chamaram atenção e que desde sempre combinaram comigo.

Toda essa analogia de cores pode soar como uma “grandessíssima” tolice, e de fato é. Mas me fez perceber nos últimos dias que sempre podemos enxergar com outros olhos algo que já observamos por muito tempo. O velho pode se tornar novo apenas com uma pintura. Uma nova cor pode representar muita coisa, da mesma forma que olhar bem para uma cor antiga também pode nos mostrar algo que ainda não enxergamos...

Mas, por favor, não deem muita atenção as minhas bobagens, costumo ficar com o coração amolecido nas primeiras semanas de novembro... e a propósito, seja muito bem vindo 24º novembro, você chegou e eu nem percebi!

terça-feira, 20 de março de 2012

Oops! Pensei ;~


Ultimamente tenho pensado que pensar é uma coisa muito louca. De repente algo resolve aparecer na nossa mente e fica por lá, tomando conta de tudo, ocupando os espaços... e não vai embora. Não satisfeita de tomar conta dos seus pensamentos, essa coisinha passa a querer tomar conta de tudo em você, de você todo!

Martela, insiste, fica... e fica... e fica... com o costume de ocupar, espaçoso como só eles sabem ser, alguns pensamentos tentam te convencer que não são só pensamentos, tentam te convencer que são reais! Tentam se libertar das conexões cerebrais e habitar o mundo aqui fora.

O chato é que os pilantras são dotados de um poder de persuasão ímpar. Eles são tão convincentes que te fazem querer libertá-los. Tirá-los de dentro, deixá-los livres, dar-lhes vida!

Só que alguns pensamentos não podiam nem ser pensamentos, e esses costumam ser os mais atrevidos. São esses que mais querem ser libertos, quando na verdade, devem ser sufocados. A chave para libertá-los está bem longe, em universos paralelos... nos pensamentos de outras pessoas... pessoas que talvez não queiram usar essas chaves...

É louco demais isso... Mas tenho pensado também que melhor mesmo seria não pensar. Simplesmente poder desligar tudo, ou ao menos deixar em “stand by”. Mas sempre que tento parar de pensar, eu penso! Viu!? Já pensei...

Talvez um remédio bom fosse enlouquecer de vez. Perder qualquer noção de tempo e espaço e passar a viver feliz na terra dos pensamentos, junto com os donos da casa. Onde eles são livres... e onde talvez eu também pudesse ser...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Psiiiiiiiu!


Enquanto alguns não perdem nenhum segundo de concentração, outros cochilam sobre os seus livros e anotações. Alguns mexem em seus papéis com cuidado para não fazer barulho, outros, desastradamente, quebram o silêncio de modo brusco, arrastando cadeiras ou com toques estridentes de telefones.

As mãos, todas inquietas, apóiam as faces, se apertam e/ou se aquecem. Escrevem, anotam, colorem textos com riscos de lápis fluorescentes, ou ainda, esticam os braços como uma tentativa de arrancar disposição de onde já não há.

Vez ou outra, alguns olhares curiosos, que tentam descobrir o tema dos estudos do vizinho, se cruzam com outros olhares também curiosos, e, ambos se convertem em olhares tímidos, que logo buscam refúgio nas letras miúdas que precisam ler e compreender.

Olhos cansados se esforçam quando já sentem que não conseguem mais. Olhos exaustos desistem, e arrastam corpos igualmente exaustos para o lado de fora, aquele lugar onde se pode falar.

Porém, as cadeiras mudas ficam sozinhas por pouco tempo. Logo são ocupadas por outros que precisam partilhar do silêncio, ouvir estalar de dedos, canetas sendo abertas, riscos de lápis, espirros discretos e folhas que se movem lentamente, tentando levar um pouco do silêncio para aquele mundo onde se pode falar.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

e dois/ e-12


Mais uma vez, após um pequeno período de ausência estou voltando para o meu pequeno refúgio. As palavras deixam novamente as folhas de papel e passam a ocupar seu espaço nesse recantinho que é tão “meu” e ao mesmo tempo não é... Como tudo de certo modo é de fato!

Nesses primeiros dias do ano tenho pensado bastante nessa perspectiva que construímos de propriedade, e em quantas vezes pensamos que “temos” quando na verdade “não temos”. Momentos que disfarçamos de “eternidade” para nos sentirmos seguros.

Tenho pensado bastante nisso porque minha mente tem me levado bastante para minha vida há dez anos, e pela primeira vez, tenho lembranças ricas em detalhes de um período tão distante, dez anos. Lembro do que eu tinha como “meu”, das pessoas que eram “eternas”, do perfume que eu usaria “pra sempre”, dos sonhos que eu queria realizar sei lá, em 2012! Ia demorar tanto mesmo a chegar...

E aí? E aí que muito do “eterno” já se perdeu, não que nada tenha ficado, ficou, e muito! Mas a maioria do que ficou, ficou só aqui comigo, em minha mente, que diferente de mim, consegue ser organizada.

E meu perfeccionismo quase doentio não me permite não pensar em como eu vou estar daqui a dez anos, se eu estiver. Não consigo não tentar imaginar quais retalhos do meu “eterno” de hoje vão se revelar de fato como “eternos”, e quais deles vão se organizar naqueles arquivos que guardo com muito carinho, mas que (in)felizmente não consigo reproduzir por inteiro.

O passar dos anos está me transformando em um velho chato. É certo que a chatice sempre fez parte de mim de um modo bem acentuado, mas ela está crescendo junto comigo. E essa nova chatice, mais madura, aprendeu a ser exigente e criteriosa.

O meu arquivo de lembranças, graças a Deus, é bem rico! Gosto sempre de recorrer a esta caixinha que guardo em mim porque ela costuma me fazer muito feliz, mas eu temo por aquilo que hoje eu “tenho” e que em 2022 pode estar guardado somente na caixa, não mais em minhas mãos.

Amo minhas lembranças, e sou muito grato em tê-las, mas a rapidez com que as coisas estão acontecendo têm me feito desejar “eternidades concretas”. Preciso daquilo que fique por dez anos, e por muito mais que isso, não apenas nas lembranças, que simplesmente fiquem!