quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Espelho, espelho meu...


Interessante. Quando nos olhamos no espelho, vemos aquilo que os outros vêem quando nos olham. Vemos a nossa “caixa”, nossa embalagem, como nos apresentamos. E mais interessante ainda é que a cada dia a imagem refletida é um pouco diferente do que vimos no dia anterior.

Às vezes nos achamos bem, com aparência tranqüila, feliz... outras vezes nos achamos deprimentes, temos um sentimento semelhante ao de piedade para com a nossa própria imagem; e é claro, que também existem aqueles dias que não resistimos e fazemos aquela pergunta clássica: “espelho, espelho meu... existe no mundo alguém mais belo do que eu!?” bom, ele não precisa falar, é só ligar a TV e você percebe que sim, existem vários alguém’s no mundo muito mais belos do que você!

È engraçado. Se somos os mesmos, porque temos tantas impressões diferentes de nossa própria imagem? Acho que a resposta é até um tanto quanto simples: o que define aquilo que vemos não é o reflexo no espelho.

Temos uma capacidade impressionante de cultivar por nós mesmos sentimentos que dificilmente nutrimos por outras pessoas. Passamos do amor incondicional ao ódio fervoroso em questão de minutos. E é o que estamos sentindo que nos faz nos ver de formas distintas. Da mesma maneira que o espelho reflete nossa imagem, nossa face reflete o nosso estado de espírito.

Se isso acontece quando nos observamos, por lógica, infere-se que nossas “turbulências sentimentais” também podem ser vistas pelos outros através de nossa aparência. Não é novidade pra ninguém que “os olhos falam mais do que mil palavras”... tá certo que isso é até “clichê”, mas não há como negar que é a pura verdade. Não adianta ter pele de pêssego se a fruta está podre por dentro não é?

Embora a imagem seja apenas uma “embalagem” como citei no início, qualquer embalagem sempre deixa transparecer nem que seja um pouco do conteúdo. Umas mais, outras menos, mas algo sempre é revelado. A transparência vária de embalagem para embalagem, da mesma forma que varia de pessoa para pessoa.

E não posso esquecer-me de citar o dito “a beleza está nos olhos de quem vê”, que também tem seu fundo de verdade. Quando estamos bem, tudo parece mais belo, inclusive as pessoas.

Trocando em miúdos, o que eu quero dizer é que mais importante do que uma bela caixa, é cuidar para que o interior esteja bem fortalecido e não se quebre com qualquer “chacoalhão”. Mesmo que a embalagem amasse um pouquinho, quando o presente vem em perfeito estado, todos ficam satisfeitos. E pensando bem, por que se preocupar com o embrulho se a gente sempre acaba rasgando o papel de presente?

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