sábado, 18 de dezembro de 2010

Um Ano


O que aprendemos em nosso primeiro ano de vida? Bom, como quase tudo nessa vida, isso varia de pessoa para pessoa. Antes do primeiro aniversário alguns já arrastam os primeiros passos, outros já ensaiam as primeiras palavras... alguns conseguem ambos os feitos, outros não conseguem nenhum dos dois...

E no primeiro ano da escola? O que fazemos? O que aprendemos? Alguns já começam a frenquentar a escola com conhecimentos adquiridos na própria casa, já sabem fazer os primeiros rabiscos de seu nome, contornar as primeiras letras... gaguejar as primeiras leituras...

Quando pequenos um ano parece ter bem mais tempo do que quando adultos, mas embora o tempo “demore” mais a passar não damos muita importância a isso. Depois de crescidos um ano passa rapidinho... mal temos tempo de vê-lo passar... mas nos lamentamos por cada segundo “perdido”.

E na vida profissional? O que é um ano!? O que fazemos em nosso primeiro ano como profissionais a disposição do mercado de trabalho!? Quais são os primeiros passos... as primeiras palavras??

Questiono-me quando a isso porque hoje (17/12) completo meu primeiro ano de formação como jornalista (contado a partir da apresentação do trabalho de conclusão de curso)

Quais foram os primeiros passos que arrastei? E as primeiras palavras que gaguejei?

Refletindo sobre isso durante o dia de hoje, percebi que não vale a pena olhar para trás nesse momento (se analisarmos bem, é provável que em nenhum momento seja proveitoso se apegar ao passado)

Quando uma criança caminha pela primeira vez é uma felicidade tamanha. Foi o primeiro passo de toda uma caminhada. Mas, embora seja importante, por ser o primeiro, ele tem uma importância infinitamente menor perante os passos dados no passar dos anos. Os passos da vida adulta são firmes. Sabem onde estão indo. Sabem para que servem.

Do mesmo modo as palavras. As primeiras frases “cuspidas” não se comparam com o quanto falamos na vida adulta. E da mesma forma dos passos, as primeiras palavras não tem um terço da consciência das palavras proferidas após a maturidade.

Claro, alguns já galgam passos firmes em seu primeiro ano de carreira. Mas como deixei claro no início do texto “isso varia de pessoa para pessoa”...

Hoje, ao apagar a primeira velinha do meu “bolo profissional” não quero me deter aos passos arrastados e as palavras gaguejadas! Quero firmar meus pés no chão e prepará-los para começar a caminhar verdadeiramente.

Como jovem de 1 ano quero mais uma vez olhar para aqueles que me inspiram e tentar seguir seus passos, ainda vou precisar segurar algumas mãos para me apoiar... mas o importante é que estou aprendendo a caminhar, e logo logo, estarei correndo por aí!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Germinar


O ser humano às vezes pensa tão pequeno, para falar a verdade, na maioria das vezes. Temos a mania de reduzir as coisas, de classificar, de rotular, enfim de minimizar...

Vejamos por exemplo o que acontece com as plantas. Para se tornar uma árvore, a semente precisa morrer enquanto semente. Precisa se abandonar, deixar-se germinar, para depois, pouco a pouco, crescer e futuramente dar novos frutos... se a semente não “morre”, apodrece... se apega a sua existência pequena e não se permite tornar-se algo maior.

Pode parecer loucura. Mas com o homem acontece exatamente o mesmo. Só que ao contrário dos vegetais, com os seres humanos, a maioria das sementes não se deixa germinar...

Se o homem não se abandona, não se permite ser cultivado, e se apega a sua existência pequena de humano, ele simplesmente apodrece. Não consegue gerar nenhum fruto... nada de concreto.

Assusta-me o materialismo dos dias de hoje. A frieza. A “desumanidade”. As pessoas nas ruas se parecem cada vez mais com animais no meio do mato. Ninguém se olha, ninguém se cumprimenta, ninguém se vê... tantas sementes que caminham para o apodrecimento...

O homem, na maioria das vezes, não consegue perceber que não foi feito para este lugar...

Não há nada nesse mundo que seja capaz de preencher o coração humano. Sempre queremos mais. Um emprego, um salário. Depois, um emprego melhor, um salário maior... uma casa, um carro... depois uma casa maior... um carro melhor... nunca o coração humano vai se sentir plenamente satisfeito com qualquer coisa terrena. Isso tudo pelo simples fato de não termos sido feitos para esse lugar.

A nossa condição de humano é apenas uma semente daquilo tudo que podemos ser... e para nos tornarmos árvores precisamos renunciar a nossa existência de semente. E deixar-nos ser cultivados por Aquele que sabe exatamente do que precisamos para germinar.

Se não tivermos a humildade necessária para renunciarmos a nós mesmos em função do amor do Pai, jamais teremos a experiência de nos sentirmos completamente preenchidos, completos... essa sensação só vem após a germinação.

O coração humano é sedento do amor de Cristo. É esse amor que dá razão a tudo que nós somos e ao que um dia seremos. Mas Ele só ama a quem se deixa amar...

Acordemo-nos. Não podemos perder a oportunidade de nos tornarmos grandes árvores só pelo fato de não termos coragem de renunciar a essa existência tão efêmera de semente!