quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um novo mandamento


Vivenciamos nessa semana o período chamado de Semana Santa. Semana Santa seria uma semana de santidade, diante do que vemos hoje na maioria dos lugares, podemos afirmar sem medo ou receio que o termo está sendo no mínimo aplicado de forma errônea.

Mas não quero me deter às mesquinharias praticadas pelo homem que desvirtuam o sentido desta data. Elas são tão pequenas que não merecem se quer ser mencionadas. Nesses dias, quero destacar o que precisa ser destacado. Lembrar o que deve ser lembrado.

Amanhã, quinta-feira, a igreja católica relembra a instituição da Eucaristia e do mandamento do amor. Talvez você não saiba do que se trata. O sacramento da Eucaristia é o corpo e o sangue de Cristo que recebemos em cada celebração. Não é uma representação. É o próprio corpo e o próprio sangue que nos são oferecidos.

A instituição do mandamento do amor trata-se das palavras ditas por Jesus que são lembradas nesta quinta-feira. “Amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem amar uns aos outros” João 13,34. Cristo ainda vai mais além e lava os pés de seus discípulos, mostrando que amar é um sentimento que deve ser refletido em atos concretos.

Isso tudo foi transmitido pelo próprio Cristo a doze homens que ele chamou para o seu convívio, sendo um dos doze o seu traidor. Mas, quando Cristo oferece seu corpo e seu sangue, ele não oferece somente aos doze, ele oferece a todos nós. Ele pede que nós nos amemos uns aos outros e lava os nossos pés, para nos mostrar que o único que merecia ter seus pés lavados é que se dispõe a tirar a sujeira daqueles a quem ele ama.

A nossa humanidade imunda não nos permite entender a dimensão deste ato. Ou melhor, a nossa humanidade não nos deixa enxergar de fato o que Cristo nos pede todos os dias.

Depois desse gesto, tão humilde, é que ele vai nos mostrar o que é amar um irmão, e como ele pede que nos amemos. A maior prova do amor infinito de Deus, Pai e Filho, por nós é a morte do único justo para a salvação de todos os injustos.

Ele morreu do pior modo que poderia ter morrido. Ele sofreu as piores dores que um ser humano pode sofrer (não podemos nos esquecer que Jesus era Deus, mas também era homem). Ele se amaldiçoou para abençoar aqueles que o flagelavam. E Ele fez tudo isso no meu e no seu lugar. Éramos nós que deveríamos ser crucificados.

O amor que Ele sente por cada um estava, e está, em cada gota do puro sangue derramado por todos. Mas não pense em todos. Pense em você. Pense no que Ele fez, e faz, por você.

E o que Ele pediu em troca? “Amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem amar uns aos outros”. Somente isso! Pediu que nos amemos. Amor em plenitude. Amor divino, que não tem nada a ver com isso que o nosso humano chama de “amor”. O seu amor seria capaz de te levar a morrer por alguém que algum tempo depois comemoraria a sua morte? O dEle foi.

Não há o que se discutir. Não há o que se questionar. E em momentos como essa semana, devemos refletir o quanto cada um de nós tem, mais uma vez, crucificado esse mesmo Cristo, que ainda vive em nosso coração. O quanto ainda temos matado o Cristo que vive no coração dos nossos irmãos. Lembrando que para matá-Lo, às vezes só é necessária uma palavra.

Estamos salvos. Fomos comprados pelo sangue que não se mede o valor. E em troca, só precisamos amar. Amar em atos concretos. Amar a quem não nos ama. Claro que não é fácil, não é nada fácil, mas todo caminho que leva para o Alto é um caminho com dificuldades. Descer é muito simples, e há quem lhe “ajude” bem perto. Mas subir é algo que exige um esforço diário seu. Exclusivamente seu. Se você não se esforça em caminhar, por mais que Ele queira, Ele não poderá lhe ajudar.

O sangue dEle foi derramado para que o seu não fosse. Se o esforço dEle foi em vão, isso só você pode dizer e mostrar em cada uma de suas atitudes.


“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” João 3:16

segunda-feira, 18 de abril de 2011

I’ll be there for you!


São aqueles que um dia podem ter sido estranhos, mas que hoje são como se fossem uma parte de você. Aqueles que em um primeiro momento você pode não ter se quer suportado, mas que hoje você não se imagina sem tê-los por perto, nem que seja para trocar uma única palavra.

Pessoas que simplesmente surgem e que trazem consigo sorrisos para os seus lábios; em alguns momentos, lágrimas para os seus olhos; ouvidos para as suas incompreensões; paciência para os seus desabafos (ou nem tanta paciência assim). Pessoas que trazem abraços para a sua alma e para o seu coração.

São aqueles que em alguns dias você não quer nem ouvir, mas que em outros são quem você queria que estivesse do seu lado. Aqueles que te fazem bem só por existirem. São os números que você espera que apareçam no visor do celular quando ele toca. São a janelinha do msn que você espera que suba, avisando que está on-line.

São as vozes que você precisa ouvir só para ter certeza de que tudo está bem. As mãos que você precisa segurar para se sentir mais seguro. São aqueles de quem você pode falar mal à vontade, mas que ninguém pode chamar de feio na sua frente.

São os primeiros de quem você lembra quando está muito feliz, ou quando está muito triste. Aqueles que são a melhor companhia quando não se quer fazer nada. São aqueles com quem você fala sem dizer uma palavra.

São os que moram com você ou que não moram, mas quando não moram chegam à sua casa e é como se morassem. São o colorido do mundo preto e branco. São o grito no meio do silêncio. São o perfume agradável no meio do mal cheiro.

São aqueles para quem você telefona sem ter nenhum assunto pra falar. Aqueles com quem você dividiu parte de sua vida, parte de seu coração. Aqueles que você gosta de ver quando olha para o lado. Aqueles que você mais ama, mas para quem você ainda não conseguiu dizer que amava.

São sua mãe, seu pai, seu irmão, seu amigo, seu sobrinho, seu primo. São quem você lembrou enquanto lia. São aqueles que fazem parte de você de um modo que você não sabe explicar, mas que te faz muito bem. São aqueles por quem e com quem você iria até o fim do mundo. São aqueles que Deus colocou em seu caminho para você cuidar. São aqueles que te explicam, te mostram e te fazem viver o verdadeiro sentido da palavra “amar”.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ao Teu lado é o meu lugar!


O caminho pode até parecer árduo, mas isso tudo muda quando percebemos que não estamos sozinhos, e jamais estivemos.

Nós somos muito pequenos. Infinitamente. Pequenos em todos os sentidos. Pequenos o bastante para não perdoarmos o nosso irmão que de alguma forma nos decepcionou; pequenos o bastante para não enxergarmos nada além de nós mesmos e da nossa vontade; pequenos ao ponto de pensarmos que somos grandes!

E o que “desconcerta” é que mesmo tão minúsculos como somos, não somos esquecidos. E o Único grande, Aquele que é digno de todas as honras, abdica de sua grandiosidade e se faz do nosso tamanho. E permite que nós, sujos, indignos, caminhemos ao Seu lado.

Há quem não enxergue essa presença, há quem não entenda o que estou tentando explicar. Mas mesmo esses que não entendem, mesmo esses que preferem “caminhar sozinhos” desfrutam da única companhia que nos faz sentir seguros, que nos faz sentir completos.

Tantas vezes pensamos que podemos ir desacompanhados. Pensamos que já estamos grandes o suficiente para tomar nossas próprias decisões. E não percebemos que nunca estamos sozinhos, nunca! Aquela doce e silenciosa presença não nos abandona em hipótese alguma, mesmo quando caminhamos por terrenos para os quais escolhermos ir por decisão própria, ou por influência de terceiros.

O mais lindo em tudo é que quando percebemos que estamos “perdidos” e que precisamos nos encontrar com Aquele que nunca nos abandonou, Ele não olha para os nossos pés enlameados pelos terrenos sujos por onde caminhamos.

Apenas te abraça. Vai ao teu encontro como uma criança que corre ao encontro do pai. Como o Pai que vê seu filho, após muito tempo. Te olha com aquele olhar que só Ele tem e diz, sem precisar usar nenhuma palavra: “Vem comigo, porque Eu sempre estou contigo”


“Vejam que prova de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus. E nós de fato o somos! Se o mundo não nos reconhece, é porque também não reconheceu a Deus.”
I João 3:1