domingo, 9 de janeiro de 2011
Neverland
A gente nunca está completamente satisfeito não é? Quando criança somos loucos para crescer... ser adultos! Então crescemos (sem se dar conta – vale ressaltar esse detalhe) e percebemos que seria bem mais cômodo se a infância fosse eterna, como desejava Peter Pan.
Crescer traz consigo um embrulho maior do que podemos imaginar enquanto crianças. Responsabilidades, obrigações, preocupações e um outro grande leque de “ões”.
Na infância nossa única responsabilidade é ir a escola (que só percebemos o quanto era divertido com o passar do tempo) e a única preocupação é passar de ano! E encaramos nossas poucas tarefas com a maior naturalidade!
Com o passar dos anos começamos a observar o mundo com outros olhos e percebemos que (in)felizmente tudo não é uma grande brincadeira! E nessa bola azul em que vivemos existe muitas coisas e pessoas que estão dispostas a derrubar o nosso castelinho de areia.
É aí que vem aquele pensamento que acredito que já tenha passado pela cabeça da grande parte dos adultos – se não de todos: “esperto mesmo era Peter Pan que não queria crescer nem deixar a Terra do Nunca”.
Não estou falando de Michael Jackson! Ele não tem nada a ver com a normal “síndrome de Peter Pan” que acomete a grande maioria das pessoas. O caso do dito “rei do pop” deve ser analisado por psicanalistas e/ ou psiquiatras e não por um mero jornalista que tenta escrever sobre seus anseios e incômodos pessoais.
Voltando ao foco. Talvez o remédio para tal “síndrome” não seja uma infância eterna – já que isso é logicamente impossível. Guardar um pouco (ou um “muito”) da postura infantil diante das “dificuldades” seria sim um antídoto mais eficaz.
Perdemos muito de nosso precioso tempo “esquentando a cabeça” com problemas que já não podem ser resolvidos, com situações que já se foram! Com coisas que não podem mais nos incomodar a não ser em nossas lembranças!
Na infância a memória para situações desagradáveis é extremamente curta – para não dizer inexistente. O que realmente importa é a próxima brincadeira! Com o tempo vamos perdendo pouco a pouco essa capacidade de não se importar com o que não importa.
E em vez de nos lamentarmos pelo tempo que passou, devemos aprender a lidar com nossos infortúnios do modo que eles merecem: dando apenas a atenção necessária – praticamente nenhuma, diante de tantas coisas boas que temos para aproveitar!
O bom é bom demais para desperdiçarmos o nosso tempo com o ruim! Então, qual é a nossa próxima brincadeira?
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3 comentários:
Parabéns meu amigo pelo belo texto. Pude refletir e viajar na leitura com grande facilidade (sua, do autor) em descrever situações intrigantes da vida. Parabéns novamente, sucesso! @fernandouettes (twitter)
amei joao!
Oi Joaozim! Adorei o texto, concordo plenamente. Escreves muito bem, meu amigo. Continua firme, 2011 certamente estará recheado de boas inspirações.
Grande abraço e saudades!
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