sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Germinar
O ser humano às vezes pensa tão pequeno, para falar a verdade, na maioria das vezes. Temos a mania de reduzir as coisas, de classificar, de rotular, enfim de minimizar...
Vejamos por exemplo o que acontece com as plantas. Para se tornar uma árvore, a semente precisa morrer enquanto semente. Precisa se abandonar, deixar-se germinar, para depois, pouco a pouco, crescer e futuramente dar novos frutos... se a semente não “morre”, apodrece... se apega a sua existência pequena e não se permite tornar-se algo maior.
Pode parecer loucura. Mas com o homem acontece exatamente o mesmo. Só que ao contrário dos vegetais, com os seres humanos, a maioria das sementes não se deixa germinar...
Se o homem não se abandona, não se permite ser cultivado, e se apega a sua existência pequena de humano, ele simplesmente apodrece. Não consegue gerar nenhum fruto... nada de concreto.
Assusta-me o materialismo dos dias de hoje. A frieza. A “desumanidade”. As pessoas nas ruas se parecem cada vez mais com animais no meio do mato. Ninguém se olha, ninguém se cumprimenta, ninguém se vê... tantas sementes que caminham para o apodrecimento...
O homem, na maioria das vezes, não consegue perceber que não foi feito para este lugar...
Não há nada nesse mundo que seja capaz de preencher o coração humano. Sempre queremos mais. Um emprego, um salário. Depois, um emprego melhor, um salário maior... uma casa, um carro... depois uma casa maior... um carro melhor... nunca o coração humano vai se sentir plenamente satisfeito com qualquer coisa terrena. Isso tudo pelo simples fato de não termos sido feitos para esse lugar.
A nossa condição de humano é apenas uma semente daquilo tudo que podemos ser... e para nos tornarmos árvores precisamos renunciar a nossa existência de semente. E deixar-nos ser cultivados por Aquele que sabe exatamente do que precisamos para germinar.
Se não tivermos a humildade necessária para renunciarmos a nós mesmos em função do amor do Pai, jamais teremos a experiência de nos sentirmos completamente preenchidos, completos... essa sensação só vem após a germinação.
O coração humano é sedento do amor de Cristo. É esse amor que dá razão a tudo que nós somos e ao que um dia seremos. Mas Ele só ama a quem se deixa amar...
Acordemo-nos. Não podemos perder a oportunidade de nos tornarmos grandes árvores só pelo fato de não termos coragem de renunciar a essa existência tão efêmera de semente!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 comentários:
"Não podemos perder a oportunidade de nos tornarmos grandes árvores só pelo fato de não termos coragem de renunciar a essa existência tão efêmera de semente!"
Quantas e quantas vezes me deparo comigo me apegando a essa natureza efêmera de semente, mesmo sabendo do quanto posso ser mais deixando-me levar por esse Amor tão imenso e único. Esse vazio ainda me persegue, me consome, mas eu tenho me esforçado pra ser completa, inteira. E sei que conseguirei.
Lindo, lindo, lindo...
A essência do retiro, sem sombra de dúvidas. :)
Postar um comentário