sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

23º Novembro


Esperamos tanto por tantas coisas que acabamos nos acostumando a viver esperando. Algumas esperas mais demoradas e exaustivas, outras menores e mais cômodas. Algumas esperas necessárias, e outras completamente desnecessárias, das quais tomamos posse por puro “costume”, por mania de esperar.

Ficamos desatentos, e transformamos nossa vida em uma “sala de esperas” sem fim! E daquelas bem insuportáveis... Com revistas velhas das quais já conhecemos todo o conteúdo; com pessoas chatas do nosso lado, com quem não conseguimos criar diálogos para deixar o tempo um pouco mais agradável. Esperamos sem saber por que, nem muito menos o quê. Simplesmente por comodismo, sentamos e esperamos.

Em alguns momentos, como já foi citado, é preciso aguentar a chatice da sala de espera. Mas em outros não! Podemos levantar e sair por aí passeando em quanto não chega a nossa vez...

Pena que até involuntariamente o costume de esperar passa a fazer parte de nós, e, mesmo sem querer, esperamos sempre... Por tudo e por todos. É aí que damos de cara com as filhas da espera (que conseguem ser mais insuportáveis do que sua mãe), as expectativas!

Essas garotinhas temperamentais que, embora consigam ser legais algumas vezes, são intragáveis na maior parte do tempo. Elas nos distraem e nos iludem enquanto sua mãe nos aprisiona. Confiamos demais nas expectativas e só percebemos que elas (no caso, nós mesmos) nos enganaram quando a espera se cansa de nós e vai embora levando suas filhas. E fica aquele vazio, que não existia, mas que permitimos que fosse criado pelas serelepes expectativas que nos ludibriavam.

O perigo está exatamente aí... Muitas vezes esperamos por nada! Queremos que o mundo nos ofereça mais do que ele pode nos oferecer naquele momento... E em vez de olhar com satisfação e agrado para o que podemos ter, prestamos atenção no silêncio deixado naquele espaço que era ocupado pelas expectativas...

E por aí vai... Esperamos, esperamos, esperamos... A sensação de que o tempo está passando mais rápido aumenta a cada dia! E continuamos esperando... Cá estamos de novo, novembro já se foi pela 23ª terceira vez... E eu só consigo me perguntar: quanto tempo já desperdicei nesta sala de espera?