sexta-feira, 3 de junho de 2011
Só mais um clichê...
Não é de hoje que dizem que depois da tempestade vem a calmaria, não é de hoje mesmo! Também não é nada atual aquele outro dito popular que diz que nas nuvens mais negras é que se cai a água mais pura. Talvez possa estar enganado, mas quando ouvimos falar muito sobre uma coisa, passamos a desacreditar, muitas vezes desacreditando a verdade.
Já parou para analisar como realmente depois de uma tempestade tudo fica mais tranquilo? Como tudo parece realmente mais calmo... mais limpo!
A água lava, e ao lavar, leva aquilo que está acumulado, que estava provocando manchas. Em cada gota, um toque de purificação. Em cada pequeno sopro, um pouco menos de poeira. Lava, levando aquilo que pensou que podia interferir em seu curso. Às vezes devasta, assusta, arranca; enquanto em outros momentos escorre como sutis lágrimas no rosto de uma criança. Mas em todos os casos, limpa, torna puro.
E o mais encantador é que esse poder de limpeza não é somente físico, e o clichê pode ser metaforizado. Quantas vezes, para esvaziarmos o coração e nos sentirmos mais limpos, é preciso que derramemos uma verdadeira tempestade de nossos olhos. E podemos observar também que algumas lágrimas levam embora muito mais coisas do que um tsunami.
Quando absorvemos coisas demais, quando acumulamos muito, assim como as nuvens, ficamos “carregados”, com um semblante escuro. Mas ao contrário das nuvens, que naturalmente se esvaziam, muitos não sabem como se esvaziar. O processo de limpeza não acontece mais com naturalidade. E aquilo que podia ir embora em forma de lágrimas fica armazenado e, em alguns casos, até petrifica.
E assim, muitos vivem eternamente na escuridão, sem procurar a calmaria por medo da tempestade. E sem passar pela tempestade, a calmaria não vai chegar, a água precisa ser derramada para que tudo seja lavado.
Tudo bem! É certo que tudo isso não passa de mais um clichê. Clichê que como tantos outros guarda um pouco (ou um muito) de verdade.
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